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  • Como preparar um azeite canábico

    Bem-vindes galera a mais um post desse que é o blog de gastronomia mais chapado da internet! Olha só que beleza, chegou a hora de aprender uma das infusões mais simples e mais queridas da culinária cannábica: o Azeite Canábico! Muito útil e versátil, essa infusão vai elevar o nível das suas receitas canábicas! Por que infusionar o azeite? Há muitos bons motivos para a escolha do azeite como base gordurosa para sua infusão. Além de ser um ingrediente saudável, de fácil acesso e muito versátil ( pois, diferente da manteiga, contempla onívoros e veganos), é uma infusão que faz muito pouco cheiro, é fácil, limpa, prática e te permite fazer mais de um tipo ao mesmo tempo. Uma das coisas mais legais da maconha na culinária é que você pode infusionar o THC, com maior ou menor grau de sucesso, em qualquer tipo de óleo! Gorduras saturadas, como manteiga e óleo de coco, tendem a ter uma absorção maior de THC do que óleos vegetais mais finos, como azeite de oliva ou de abacate, mas essa diferença não é grande e existem outros fatores que entram na hora de escolher a base gordurosa do momento, incluindo versatilidade, aroma, sabor e preço. Levando em consideração todos esses fatores, vamos ensinar aqui uma receita simples e fácil de infusão no azeite de oliva! Com ele podemos fazer molhos para saladas, salsas, molhos frios e quentes, emulsões, massas, pães, doces (sim, doces!) ou até mesmo tomar puro, seja de maneira sublingual ou simplesmente engolindo uma bela colherada! Como você já sabe, porque leu no texto sobre descarboxilação, você pode usar diferentes formas da maconha para infusões. Podemos fazer um azeite com flores descarboxiladas, mas podemos também utilizar hash ou kief, por exemplo. Infusões com kief, surpreendentemente, não ficam tão fortes, mas a vantagem é que o sabor também não fica tão acentuado. Mas chega de enrolação! Bora para a receita que tá todo mundo ansioso para ficar devidamente medicado. A receita Para fazer essa receita você vai precisar de poucas coisas: 10 g de maconha previamente descarboxilada 100 ml (90g) de azeite de oliva um jogo ou panela para banho-maria Fazer um azeite canábico é muito simples. Depois de descarboxilar a erva, basta juntar os dois ingredientes: coloque a erva descarboxilada em um recipiente, junte o azeite, misture bem para a erva ficar totalmente em contato com o azeite e leve ao fogo em banho-maria por pelo menos 1 hora, no máximo 2 horas (para essa receita, existem variações). O banho-maria, para quem não sabe (alguém não sabe isso? rs), é um método simples de controle de temperatura que permite cozinhar preparações mais delicadas que não podem exceder os 100°C. Isso funciona da seguinte maneira: o ponto de ebulição da água é aproximadamente 100°C. Quando temos uma panela cheia de água fervendo, por exemplo, podemos saber que toda a água está nessa temperatura, porque quando ela passa dessa temperatura, evapora. É por isso que fazemos a infusão em uma panela de banho maria: esse método garante que a preparação nunca ultrapasse a temperatura de 100°C. Passado o tempo da infusão, retire do fogo e deixe esfriar um pouco antes de passar pela peneira ou, preferencialmente, pelo coador de pano. Algumas escolhas vão definir variações de gosto e potência do seu azeite. Se quiser um azeite mais forte, o ideal é deixar mais tempo no fogo, porém, quanto mais tempo a erva ficar em contato com o azeite, maior será o gosto herbal, aquele sabor forte de clorofila que lembra a grama. Outra escolha está na hora de coar: apertar bem a erva significa extrair o máximo de seus canabinóides e por consequência efeitos, por outro lado aumenta a presença de um sabor desagradável. Cabe a você escolher o que espera de sua infusão. Azeite aromatizado Existem muitas variações que podem ser testadas, pois o método de infusionar o azeite é o mesmo que se usa comumente na cozinha para aromatização. Tudo depende de quais são suas intenções para com o azeite. Se você pretende usar em molhos e saladas, por exemplo, uma boa ideia é adicionar dois dentes de alho descascados a sua infusão, ou então alguns ramos de outras ervas, como alecrim, manjericão ou tomilho. Você pode escolher focar em uma só erva (pense em um azeite de maconha e manjericão para regar pizzas, por exemplo) ou criar combinações. Pimenta preta e pimentas frescas também caem muito bem. Se você é vegano e gostaria de usar seu azeite em alguma sobremesa, calma que é possível também! Nesse caso eu recomendo fazer a infusão com uma fava de baunilha junto, por exemplo, ou então com um cravo e um pau de canela. As possibilidades são inúmeras! O azeite tem duração de até 3 meses guardado na geladeira ou no freezer, mas nunca se esqueça: quanto mais “liso”, ou seja, quanto menos matéria vegetal passar pela peneira e ficar no azeite, menores as chances de ele estragar precocemente, então sempre dê preferência para coadores de pano! Como sempre, uma infinidade de opções Agora que o seu azeite está pronto você já pode pensar nas infinitas preparações que você pode fazer com ele! Para vocês não dizerem que eu não dei nem uma mísera receitinha, segue aí uma receita do famoso “dressing” de salada, que nada mais é do que um molho que envolve sua salada (como um vestido? Não sei se a origem semântica é essa, mas sempre gostei de acreditar que sim rs). Molho de salada simples ⅓ vinagre, vinagre balsâmico ou suco de limão ⅔ azeite canábico sal e pimenta a gosto Esse molho clássico é simples e delicioso, capaz de promover qualquer salada em prato principal! Como consiste em uma mistura de base aquosa com óleo, é o que chamamos de emulsão. Você já sabe que água e óleo não se misturam, por isso mantenha seu molho pronto para uso em um pote, mas não se esqueça de agitar bem toda vez que for usar para emulsificar a mistura de novo. Gostou de aprender mais esse método? Achou que faltou alguma coisa? Comenta aqui embaixo e até o próximo post!

  • Descarboxilação: O que é e como fazer

    Quem acompanha o Cozinha 4e20, seja desde o comecinho, seja há pouco tempo, certamente já ouviu esse palavrão sair da minha boca: descarboxilação. Mas o que é esse processo misterioso com esse nome que ninguém acerta nunca? Que bagulho doido é esse? Como eu sempre digo: calma, jovem! É muito mais simples do que você imagina! Acontece que a maconha, quando está crua, não contém THC, pelo menos não da maneira que a gente gosta. Ela contém uma substância análoga, porém em sua forma ácida, o THCA. Esse “A” que tá ali sobrando representa justamente um grupo carboxila, ou seja, um grupamento orgânico presente na composição dos ácidos carboxílicos. E quando eu digo que ele tá ali sobrando não é porque eu não gosto dele! O THCA inclusive é bastante terapêutico e você pode aproveitar dele incluindo a folha crua em sucos verdes, por exemplo. Acontece que quando a gente submete a maconha ao calor esse grupo carboxila - o famigerado “A” - se desprende do nosso amado composto, que agora é nada mais nada menos do que nosso querido THC. E a diferença entre o THCA e o THC você já sabe: o THC é psicoativo, do jeito que a gente gosta. Pode parecer complicado, mas se você gosta de fumar um baseado você está promovendo esse processo o tempo todo. A descarboxilação ocorre instantaneamente com a combustão do beck e é por isso que a gente fica chapado. Acontece que para cozinhar não é tão simples assim, afinal esse THC fica na fumaça, que é extremamente volátil. Diferente de quando fumamos, para se “ativar” o THC para a culinária precisamos submeter a ganja a um calor menor por muito mais tempo. Existem muitas maneiras de se descarboxilar a erva e cada chef tem a sua ou as suas preferidas, mas nesse post vamos aprender algumas maneiras diferentes de se fazer a clássica descarboxilação no forno de casa, por ela ser a mais acessível para todos. Além de feita no forno, a descarboxilação pode ser feita também utilizando os mais diversos métodos como cozinhando a erva em água, cozinhando em baixa temperatura em um sous vide ou até mesmo aquecendo no micro-ondas, embora esse último método seja muito pouco recomendado. Uma outra coisa importante de saber antes de começar é o ponto de ebulição do THC: 156°C. Trocando em miúdos, o THC evapora, vira fumaça, se esvai, nos abandona sempre que ultrapassamos essa temperatura. É muito importante se manter distante dessa marca perigosa! Agora se além do THC você quer preservar também todos os terpenos, aí a situação fica mais delicada ainda. Os terpenos são ainda mais voláteis, e o mais frágil deles, o cariofileno, evapora a míseros 118°C. Além disso, existe uma variação de tempo de acordo com a umidade da sua erva. Ervas bem secas e concentrados com menor teor de umidade precisam de menos tempo para descarboxilar, enquanto ervas mais úmidas, como erva recém colhida ou até mesmo o famoso prensado que acabou de ser lavado, precisam de um pouco mais de tempo. Pois vamos lá, você vai precisar de poucos itens: a erva ou concentrado a ser descarboxilado, uma forma ou assadeira e um rolo de papel alumínio ou papel manteiga para cobrir. A primeira coisa a fazer é pré-aquecer o forno. A Descarboxilação Perfeita Para obter a melhor descarboxilação possível o ideal é utilizar baixas temperaturas por longos períodos. Pré-aqueça seu forno a 115°C por 15 min, enquanto isso vai dichavando sua erva. Não precisa deixar “pozinho”, mas pode dichavar bem. Espalhe a erva no fundo de uma assadeira e cubra com papel alumínio ou papel manteiga, dobrando nas laterais para não escapar. Se quiser você pode fazer um envelope com o papel alumínio ou o papel manteiga, método que também pode ser feito caso você não tenha uma assadeira. Leve a erva ao forno e deixe por 30 a 60 minutos. Se sua erva estiver bem seca, ou se for um concentrado mais seco como kief ou hash, deixe por 30 a 40 min. Se sua erva estiver molhada, deixe por 50 a 60 min no máximo. Retire do fogo e espere esfriar para abrir o papel, isso vai dar tempo de condensar qualquer composto que tenha se fixado na cobertura. A aparência final deve ficar marrom, com um cheiro doce e agradável. Tô com pressa e não ligo pros terpenos! Tá bom jovem, existe saída para você também! Um método mais rápido consiste em pré-aquecer o forno a 150°C e depois assar a erva lá dentro por 15 minutos. Você perde alguns terpenos nesse método, mas o resultado é bastante satisfatório também, devendo pouco pro método mais refinado. Se você estiver com ainda mais pressa e não tiver nenhum amor pelos terpenos, você pode fazer a descarboxilação no micro-ondas, aquecendo sua erva de 1,5 a 3 minutos na potência alta. Mas saiba que esse método não só acaba com os terpenos como tosta sua erva, deixando um sabor desagradável, e te faz perder também um certo volume de canabinóides. Caio do céu, meu forno não fica nessas temperaturas tão baixas! Tudo bem, pra tudo dá-se um jeito nessa vida. Fornos caseiros costumam ter uma certa fuga de temperatura, então a primeira e melhor coisa que posso recomendar é a compra de um termômetro de forno. É o tipo de coisa que parece inacessível, mas está ao alcance de poucos cliques pelos mercados livres da vida, não é caro e entregam na sua casa na maciota. Com ele você pode acabar descobrindo que seu forno te diz que está a 180°C, mas na verdade está a 150°C, e aí é só correr pro abraço. Caso você descubra que seu forno tá bonzão e é honesto quando fala a própria temperatura, não tem problema também. Você pode usar o famoso método de fazer suspiro em casa: deixe seu forno no mínimo e, com a ajuda de um pano de prato dobrado, mantenha a porta do forno entreaberta. Isso vai manter a temperatura do seu forno em torno dos 110/120°C e com isso você ainda pode fazer a melhor descarboxilação! Agora, se você tiver acesso, prefira fornos elétricos, pois neles o controle é muito maior. Até mesmo o famoso forninho, eternizado em meme pela nossa eterna Giovana, costuma servir perfeitamente para essa missão. Posso descarboxilar na Air Fryer? Se eu ganhasse 1 real para cada vez que ouvi essa pergunta, já tinha uns bons reais. Pode sim. Lembra do envelope que eu falei que você poderia fazer com papel manteiga ou papel alumínio para acomodar sua erva? No caso da Air Fryer ele é fundamental, senão vai voar erva por todo lado. Não vai dizer que eu não avisei! Esqueci a erva no forno, e agora? Esquecer a erva no forno não é o fim do mundo, mas o THC, submetido ao calor por muito tempo, vai aos poucos se convertendo em CBN, um novo composto canabinóide que por sua vez é sedativo. Pode ser útil também nesse mundo louco que vivemos! Uma infinidade de opções Com sua erva descarboxilada as opções são muitas. Você pode comer pura, mas sempre é melhor associar com uma gordura para facilitar a digestão e bater mais. Você pode misturar com um pouco de uma base gordurosa como manteiga, azeite ou óleo de coco e encapsular ou você pode fazer as clássicas infusões em gorduras, como a famosíssima manteiga de maconha (ou cannabutter, como eles dizem lá rs). As opções são infinitas e muitas delas você vai ver aqui neste blog. O ideal é usar imediatamente, mas se você quiser ou precisar pode guardar em pote hermeticamente fechado, em temperatura ambiente, local escuro, por até 30 dias. E aí, aprendeu tudo sobre descarboxilação ou ficou alguma dúvida? Se gostou deixa seu coração, comenta aí e fica ligeiro que ainda essa semana tem a famosa manteiga de maconha!

  • Introdução (ou O Que Aconteceu com os Vídeos do Canal?)

    Olá. Geralmente eu sou bem prolixo, mas como já estou cansado de repetir essa história, vou ser bem direto: após um desacordo comercial entre eu e o antigo sócio do canal, precisei tirar do ar os vídeos feitos em parceria com ele. Talvez os vídeos voltem, se a gente chegar em um acordo, talvez não e essa é a dura realidade da vida. Mas nem tudo esta perdido! Muita calma jovem. Eu sou tiozinho e já passei por muita coisa nessa vida, levei muito tombo, sempre levantei pra cair de novo e dessa vez não foi diferente, porque é assim que a vida tem que ser. As imagens não eram só minhas, mas as receitas são, e é por isso que eu vou reproduzir todas aqui nesse blog que vocês estão lendo agora. ÓBVIO que elas serão também regravadas, mas como eu não quero ninguém na mão impedido de fazer nenhuma maravilha da culinária canábica, vou colocar todas aqui, uma por uma, em um ritmo de duas por semana, para que rapidamente todo o acervo de receitas fique acessível de maneira rápida e simples para você. Mas não é só isso! O lado bom dessa chatice toda é que sempre quis abrir um blog do Cozinha, um porque amo o formato, dois porque estudei jornalismo e sou comunicador por natureza, por isso vou aproveitar para expandir o canal para mídias que a gente ainda não alcança. Quando eu ainda era um jovem muito oprimido pela timidez, achava que seria o texto a minha mídia. A vida dá muitas voltas e depois de tanto tempo o bom filho à casa torna. Vocês desculpem aí que tô enferrujado nessa arte, mas prometo treinar bastante, não só com receitas, mas também com textos opinativos sobre a cena, comentários e quem sabe, em um futuro não tão distante, notícias :D. Sem maiores delongas que eu sei que o que vocês querem mesmo é uma coisa: culinária canábica! Seja bem vinde e até o próximo post! Caio Cezar

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  • Assine o Cozinha 4e20 | Culinária Canábica

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